QUALQUER SEMELHANÇA COM A REALIDADE
É MERA COINCIDÊNCIA
Há algum tempo passei por uma nova experiência em minha vida. O famigerado, temido e assustador TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Acredito que não só naquela época como atualmente todos os cursos superiores possuem esta norma, que considero absurda, para não dizer outra palavra, a qual coincidentemente rima com esta citada.
Vi muitos TCCs (desde o primeiro ano de “facu”, fomos quase que obrigados a assistir algumas verdadeiras comédias) durante minha graduação e constatei que alguns deles foram avaliados de forma nada correta. De modo algum mereciam a nota que lhes fora dada. Teve um que ninguém acreditou na nota que uma acadêmica ganhou (nem ela própria acreditou), pois a dita cuja ria durante a apresentação e muitas vezes esquecia do que ia falar, percebendo aí que ela não havia se preparada ou preparou-se muito pouco e o pior, estava ali debochando de todos os presentes, incluindo os membros da “digníssima” banca de avaliação.
Sabe-se que o TCC é realizado no último ano de um curso superior. Talvez o pior ano de todo curso, pois é um período que é acumulado de tudo que se possa imaginar, desde estudar para as provas, fazer trabalhos, estudar para o dito TCC, trabalhar (pois alguns acadêmicos necessitam labutar)... E como o tempo não pára o meu “grande dia chegou”. Era outubro, alguns dias antes de meu aniversário. Não me lembro direito mas, acredito que não tinha passado dos 40 – não é só jovem que faz curso superior - (na verdade quero esquecer deste dia.... rssss, logo vocês ficarão sabendo o porquê de querer esquecer)...
Estas foram algumas de minhas palavras finais no TCC/relatório de estágio que realizei há algum tempo:
“(...)
Se o presente estágio tivesse sido realizado somente na esta “série” do ensino médio seria um grande estímulo para a carreira do magistério para qualquer estagiário, devido ao comportamento exemplar dos alunos na sala de aula.
(...) percebi, no decorrer desses quatro anos, que em algumas séries existem os alunos modelo e outros que poderiam melhorar, se tivessem mais interesse pelos estudos, para estes talvez houvesse a necessidade de serem, de alguma forma, melhor trabalhados. A diferença mais gritante é que certos alunos perderam o respeito para com o professor: o professor em plena sala de aula, explicando a matéria e alunos com conversa paralela, saindo de seus lugares e indo tratar assuntos fúteis com seus colegas. Para estes a escola deveria agir com mais rigor. Mas este fato não ocorre somente com alunos do ensino fundamental e médio. Podemos encontrar estes “tipos” nas salas de estabelecimentos de 3º grau também... Essa falta de respeito (aluno-professor) sempre houve, mas nos dias de hoje ela é assustadora. Há casos bem mais graves que envolvem agressão moral (com palavras) e até agressão física, segundo comentários de professores. Tais agressões não foram constatadas no decorrer do meu estágio.
O estágio foi de valia, permitindo observar algumas transformações no ensino, demonstrando que nada neste mundo permanece estagnado, sempre existindo mudanças, o que significa que daqui a alguns anos novas metamorfoses terão mudado a forma de lecionar, tornando esta missão cada vez mais eficiente.” (...)”
(...)
Penso que muitas das instituições de ensino formadoras de licenciados e que disponibilizam de forma obrigatória duas habilitações sejam quais forem (português/inglês, português/espanhol, português/literatura...), de certa forma estão colaborando para má formação de profissionais. Muitos acadêmicos ingressam interessados em uma ou outra habilitação, dificilmente terão interesse em duas. Se não houvesse esta imposição injusta o acadêmico poderia dedicar-se com mais afinco a matérias que seriam do seu agrado deixando de lado aquelas que lhe são até, quem sabe, desagradáveis.
Estas palavras em minha opinião e na opinião de alguns colegas (alguns destes têm um merecimento do título de licenciado bem maior do que o eu) relataram a nua e crua realidade dos dias de hoje, mas na opinião de 2 membros da banca (a banca era composta por “3 sábios mestres*”) foram palavras pesadas demais, não fui ético. Um deles disse que eu “peguei pesado”. Um único membro ficou imparcial, deu uma de Pôncio Pilatos.
O que mais me surpreendeu em tal situação é que em tempo algum fui alertado pelo meu “mestre*” orientador, de que não poderia escrever tais coisas. E eu tive um orientador!!! Imagine se não tivesse!!! Para mim este orientador não passou de um desorientador. E esta não é uma opinião somente minha. É a opinião da grande parte de ex-alunos deste grande “mestre”.
Não sei até o presente momento o quê quiseram estes “intelectuais” provar, principalmente meu ilustre desorientador. Um elemento que tem a coragem de chegar numa sala de aula com uns 15 minutos de atraso, demorar mais de 30 minutos para fazer uma chamada... Se fosse uma aula de 45 minutos não restariam nada para lecionar... Depois eu que não sou ético!!! Na época quase processei a banca. Falei com dois advogados e expliquei a situação. Ambos foram unânimes em dizer que não faltei com a ética de modo algum. Eles sim faltaram.
Pude constatar que alguns TCCs não mereciam nem nota 3 (três) no entanto tiraram 10. Não que eu quisesse tirar um 10, mas se alguém faltou com a ética não fui eu não!!
Autor desconhecido
27/10/2006
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
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